Estrutura Ecológica
Corredores verdes
São áreas urbanas projetadas para promover a biodiversidade, a conectividade ecológica e o bem-estar humano.
Para além da função ecológica, os corredores verdes têm uma importante função social e cultural em contexto urbano ou periurbano. Se, por um lado, permitem a salvaguarda da biodiversidade e dos elementos naturais, por outro ajudam a resolver problemas como a impermeabilização do solo e a poluição atmosférica.
Em termos sociais, os corredores verdes são espaços de excelência para a promoção de atividades recreativas e de lazer ao ar livre, ao mesmo tempo que estimulam os modos de deslocação suaves. Contribuem, ainda, para a promoção da educação informal, a conservação do património cultural e a melhoria do património paisagístico.
Localização
O redesenho urbano de toda a área da Alta do Lumiar permitiu a instalação de dois parques urbanos com grande relevância local e municipal:
- Parque da Quinta das Conchas e dos Lilases
- Parque do Vale Grande
- Eixo Central da Alta do Lumiar
Possibilitou, ainda, a construção de uma extensa área verde de enquadramento de vias que formam o eixo central, laterais e rotundas, constituída por amplos relvados, arborização e manchas arbustivas densas e modeladas.
O Corredor Verde da Alta do Lumiar pretende articular esta estrutura de parques com o corredor periférico a norte, designadamente com o Jardim da Quinta de Santa Clara e com o Corredor Central para sul, em especial com a Mata de Alvalade, através do espaço verde de uso público numa faixa paralela à Rua das Murtas (em requalificação)
O Corredor Central é uma estrutura verde descontínua, resultante da sobreposição de pequenas e médias zonas verdes integradas no tecido edificado, assente em espaços de baixa densidade, sobretudo em equipamentos de uso público, como o Jardim Zoológico, a Cidade Universitária, o Estádio Universitário, o Parque Hospitalar, e o LNEC.
O Jardim Dr. Mário Soares é o parque de maior relevo neste corredor. Este jardim é ponto de partida para a articulação com os espaços verdes do Parque Hospitalar e do LNEC, alvo de intervenção que permitiu a abertura ao público, funcionando como corredor verde entre a Mata de Alvalade / Quinta do Narigão e a Quinta das Conchas e dos Lilases, englobando áreas de recreio e lazer e um parque hortícola.
O Estádio Universitário, bem como a Cidade Universitária, são espaços verdes integrados em equipamentos com uma importância muito relevante no contínuo ecológico. Do lado contrário, o Bairro de Alvalade, com os seus múltiplos logradouros, representa uma estrutura verde ímpar na cidade de Lisboa.
Incluída ainda neste corredor, está a renovada Praça de Espanha.
A articulação entre o corredor central e os corredores dos Olivais e corredor Oriental será reforçada com a instalação de uma ligação acessível para peões e bicicletas sobre a Av. Gago Coutinho.
Mapa do corredor verde Central
O Corredor Verde de Monsanto integra a estrutura ecológica da cidade ligando o Parque Florestal de Monsanto ao Parque Eduardo VII, numa extensão de cerca de 2,5 km, com uma área de 51 hectares e uma rede de trilhos de cerca de 40 km.
Idealizado nos anos 70 e defendido pelo Arq. Ribeiro Telles ficou concluído em 2012. Sendo o primeiro corredor verde da cidade de Lisboa, dotou a capital de uma estrutura ecológica com diversos jardins e parques, uma área experimental de prados biodiversos, um parque hortícola, uma seara, equipamentos de usos polivalentes como ciclovias, circuitos de manutenção, parque infantil, skate-parque, restaurantes, quiosques e miradouros.
Ao longo dos 51 hectares de áreas verdes têm sido plantadas centenas de árvores e arbustos, entre os quais carvalhos, sobreiros, pinheiros mansos, amendoeiras e ameixoeiras.
Estende-se entre o Parque Florestal de Monsanto, no Alto da Ajuda, e a Rua Eduardo Bairrada, na Ajuda.
Abrange, ainda, espaços descontínuos na envolvente, como o Jardim das Damas e o Jardim Botânico da Ajuda. Dividido numa área norte e uma área sul, é composto por extensas áreas verdes, caminhos, zonas de merendas e um pequeno picadeiro, além de um parque hortícola.
Os Parques Urbanos do Rio Seco I, II, III e IV, configurando no total cerca de 2,7 hectares, constituem uma área que foi sendo construída faseadamente:
- a sul, com a reabilitação de um polidesportivo, criação de áreas de estadia e de um miradouro, colocação iluminação pública, instalação de um parque infantil e de um parque hortícola, valorização e limpeza da escarpa, e plantação de árvores e arbustos;
- a norte, com a qualificação da estrutura verde e espaço público do Bairro 2 de Maio, numa área de cerca de 42 m2: requalificação dos pavimentos, implementação de uma estrutura verde arbórea promovendo a sua inter-relação com toda a estrutura do futuro parque no vale, novo mobiliário urbano e iluminação pública.
No Parque Urbano, mais a norte, foi feita a limpeza do vale e a recuperação da ribeira, plantação de árvores e arbustos, rede de caminhos e uma “aldeia columbófila”.
No total foram plantadas cerca de mil árvores e cinco mil arbustos.
Outros pontos de interesse:
Bacia de retenção do Alto da Ajuda
Tapada da Ajuda
O Corredor Verde dos Olivais é uma estrutura de ligação entre os diferentes parques e zonas verdes locais.
A partir do Parque José Gomes Ferreira, o percurso de ligação das zonas verdes que ladeiam a Avenida Cidade do Porto até ao Parque Urbano dos Olivais e ao Parque do Vale do Silêncio, um dos melhores exemplos de um parque urbano com uma profunda conceção modernista, com continuidade para o novo Parque Urbano da Quinta do Conde de Arcos.
O Parque do Vale do Silêncio é composto por um relvado extenso no seu interior e rodeado por uma mata. Tem quiosque, parque infantil, parque de fitness, parede de escalada, parque canino (em construção), circuito de manutenção e diversos percursos pedonais com contacto direto com a natureza. Pelo seu interior passa uma ciclovia que se estende até à gare do Oriente.
Atravessando a Avenida de Berlim permite a ligação direta ao Parque Urbano dos Olivais que possui um parque infantil, parque hortícola com 31 talhões, um circuito de manutenção interligado ao do Parque do Vale do Silêncio e ao da Mata da Rua dos Eucaliptos.
A continuidade ao longo da ciclovia da Avenida Francisco Luís Gomes permite chegar ao Parque Urbano da Quinta do Conde de Arcos que possui, no seu interior, um parque infantil, zonas de estadia, circuitos pedonais e com um parque hortícola com 45 talhões. Na quinta funciona um viveiro municipal, a Escola de Jardinagem e de Calceteiros e uma creche (em fase de conclusão).
Entre os vários espaços verdes de utilização pública na freguesia dos Olivais, é de destacar o Jardim Maria de Lourdes Sá Teixeira, o Jardim da Rua dos Eucaliptos e a Alameda da Encarnação
Localizado na zona oriental de Lisboa, nas freguesias de Marvila e do Beato, desenvolve-se na continuidade do Parque da Belavista e constitui a segunda maior área verde de Lisboa.
A rede de caminhos existente liga o Parque da Belavista Sul ao Parque da Belavista Central (através de um viaduto verde sobre a Avenida Marechal António Spínola), ao Parque Urbano do Vale da Montanha e ao Parque Urbano do Casal Vistoso (através da ponte ciclo pedonal). A par desta rede de caminhos, existem diversas linhas de drenagem pluvial que resultam numa área de retenção naturalizada, bastante rica do ponto de vista da biodiversidade. Com extensas zonas verdes de baixa carga, a biodiversidade tem aqui um papel preponderante nos modelos de gestão. Nestes prados estão a ser ensaiadas soluções de sequeiro, capazes de contribuir para o fecho do ciclo de carbono incluindo, num futuro próximo, a pastagem pontual de animais.
O corredor verde oriental prossegue ao longo do Parque Urbano do Vale da Montanha e dos 11 hectares do seu parque urbano que recupera as linhas de drenagem pluvial à superfície, que o ligam, tal como a rede de percursos, ao Parque da Belavista Sul. Numa segunda fase (em projeto), este parque terá uma ligação ao Vale de Chelas, continuando até à zona ribeirinha de Xabregas.
Para poente, a ligação às Olaias e à Alameda Dom Afonso Henriques, na direção da Avenida Duque d´Ávila e do Parque Florestal de Monsanto, faz-se através de uma ponte ciclopedonal sobre a linha ferroviária de cintura interna e do Vale da Montanha, com ligação direta ao Parque do Casal Vistoso, espaço que integra também um parque hortícola com 17 talhões e um parque fitness. Este parque recupera as linhas de drenagem pluvial à superfície e está ligado por uma rede de caminhos ao parque da Belavista Sul. Para sul está em projeto a segunda fase deste parque urbano com abertura prevista em 2021.
Para nascente, o Parque Urbano do Vale de Chelas, o maior parque hortícola da Europa construído de raíz, com 219 talhões, dispõe de um miradouro com uma zona de estadia, um parque Infantil, um skate parque e mesas de ping-pong.
A ponte ciclopedonal sobre a Avenida do Santo Condestável permite, em conjunto com o troço seguinte, ligar ao Parque Urbano do Vale Fundão. Este parque, originário da década de 60, tem zonas de estadia, parque de fitness, rede de percursos pedonais e circuito de manutenção. Foi alvo de ampliação, passando a incluir mais um parque hortícola com um total de 44 talhões e uma bacia de retenção de águas pluviais. Foi dotado, também, de uma barreira acústica em madeira para isolar o parque da Avenida Marechal António de Spínola. É atravessado por uma pista ciclável que faz a ligação entre o Vale de Chelas e o rio.
Nesta ligação encontra-se Parque da Quinta das Flores dotado de um parque hortícola com 40 talhões, um parque infantil e uma zona de mata que integra uma zona de estadia e a mata de clones de ulmeiro resistentes à grafiose.
A chegada ao rio na zona do Braço de Prata ligará com o Parque Ribeirinho Oriente, junto ao rio Tejo.
Para norte, o Parque da Belavista liga através do antigo campo de golfe ao Parque Vinícola de Lisboa, um espaço que albergará um parque hortícola e que contacta com o Corredor Verde Central e o Corredor dos Olivais.
Localizado na zona norte de Lisboa, abrangerá, quando concluído na totalidade, mais de 150 hectares de zonas verdes.
Permite a ligação entre o Parque Florestal de Monsanto e o Parque do Vale da Ameixoeira, adjacente à estrutura ecológica regional, nomeadamente a área da Várzea de Loures que se estende por mais de 1000 hectares, seguindo o rio Trancão até à sua foz no rio Tejo.
Apresenta soluções de continuidade que contrastam com espaços verdes de maior dimensão. Destacam-se;
- Parque Urbano da Quinta da Granja, em Benfica;
- Espaços verdes públicos da Quinta do Bom Nome;
- Quinta da Alfarrobeira;
- Jardim da Luz a Quinta das Carmelitas e todos os espaços verdes não-privados na freguesia de Carnide;
- Parque Hortícola de Carnide junto ao Bairro Padre Cruz;
- Parque da Quinta da Nossa Senhora da Paz, no Lumiar;
- Parque Urbano do Vale da Ameixoeira, em Santa Clara;
- Ponte Ciclopedonal sobre a Calçada de Carriche que liga a Quinta dos Alcoutins ao Vale da Ameixoeira e Quinta de Santa Clara.
Em obra, está ainda o Parque Verde destinado à futura Feira Popular de Lisboa, em Carnide.
Da mesma forma, as obras em curso de requalificação do núcleo histórico de Carnide e do Paço do Lumiar constituem importantes áreas de consolidação patrimonial com espaços verdes públicos e privados, fazendo parte da malha urbana:
- O Parque Urbano do Vale do Forno, um importante parque urbano com cerca de 20 hectares que transformará um antigo aterro sanitário selado num parque com uma forte componente da promoção de biodiversidade;
- O Parque de ligação da Quinta dos Alcountins e da Encosta do Olival, que ligará o Vale do Forno à ponte ciclo pedonal sobre a Calçada de Carriche;
- O troço de ligação da ponte ciclo pedonal sobre a Calçada de Carriche e o Parque Urbano do Vale da Ameixoeira;
- A ligação entre o Calhariz de Benfica e a praça pública da Fonte Nova e o Parque Florestal de Monsanto
Mapa do corredor verde Periférico de Lisboa
O corredor ribeirinho constitui uma notável interface fluvial-estuarina, com uma enorme importância ecológica e uma área sensível do ponto de vista dos riscos de cheias.
Fortemente artificializada ao longo de séculos, tem sido possível abrir o rio à cidade através de um conjunto de requalificações. A estrutura verde assume um caráter descontínuo em vários pontos onde, para além da artificialização das margens, as atividades portuárias adquirem preponderância.
Desde a requalificação resultante da Expo 98 que se assiste a um movimento de retorno ao Tejo e à fruição das suas margens, nomeadamente no Parque das Nações, Largo José Saramago, Terreiro do Paço e Ribeira das Naus. Para além da ligação ciclável entre o Cais do Sodré e a Torre de Belém, foram abertas ao público diversas áreas ribeirinhas e foi abolido o estacionamento automóvel em frente ao rio, entre as Docas de Santo Amaro e a Torre de Belém, e criados corredores arborizados. O troço Torre de Belém/Algés recebeu a Fundação Champalimaud com novos jardins e espaços públicos, paralelamente às demolições na zona da Docapesca, em Pedrouços. A ligação ciclável entre Santa Apolónia e o Parque das Nações permitiu a circulação entre áreas anteriormente isoladas por uma frente portuária contínua. Recentemente abriu a 1.ª fase do Parque Ribeirinho Oriente, em Marvila, importante rótula de ligação com o Corredor Verde Oriental.
O corredor ribeirinho teve um impulso em 2017 com a ligação à frente ribeirinha do Concelho de Loures, através da articulação entre os dois municípios para a criação de uma ponte ciclo pedonal sobre o Rio Trancão e a adaptação das margens com percursos de fruição e lazer. Esta ligação, a par da qualificação dos passadiços ribeirinhos ao longo da margem do Aterro Sanitário de Beirolas, permitirão uma valorização desta importante margem.
Mapa do corredor verde Ribeirinho
Mapa do corredor verde Ribeirinho Centro
Mapa do corredor verde Ribeirinho Este
Representa uma importante estrutura sobreposta ao sistema hídrico da cidade e um relevante eixo verde, ligando a área planáltica da cidade e a frente ribeirinha, na zona de Campolide a Alcântara.
O corredor, em construção, poderá no final ser integralmente percorrido a pé ou de bicicleta, sem recurso a veículos motorizados, contribuindo também para uma maior democratização na mobilidade sustentável em algumas áreas com algum grau de isolamento devido aos obstáculos da envolvente.
Articula objetivos de importância ecológica, relacionados com a regularização do sistema hídrico, a recuperação e aumento do coberto vegetal, a continuidade ecológica com o Parque Florestal de Monsanto e a utilização de água reciclada. A intervenção abrange cerca de 13 hectares, ao longo de mais de 3 km, harmonizando: corredores ciclo-pedonais, novos espaços verdes, mais e melhor iluminação, utilização de água reciclada para rega, equipamento urbano e mais de 700 novas árvores.
A intervenção está repartida em cinco grandes segmentos:
Avenida de Ceuta
Aqueduto das Águas Livres
Bairro da Liberdade - Estação de Campolide
Parque Urbano da Quinta da Bela Flor
Parque Urbano da Quinta do Zé Pinto